19 de maio de 2006

Ameca (Ameca splendens)

É com especial gosto que aqui deixo a ficha desta espécie que é uma das minhas recentes paixões. Depois de uma primeira experiência falhada em que adquiri exemplares já algo debilitados e que acabaram por definhar, tenho neste momento um trio da espécie e esperança de que esta nova experiência corra melhor.
Agradeço ao membro do Fórum Aquariofilia, Aquaben, pelas informações mais pormenorizadas, que me permitiram editar e melhorar esta ficha.

Miller & Fitzsimons, 1971

Dois exemplares de Ameca splendens em grande plano, um macho na parte inferior da foto e no topo uma fêmea.

Sinónimos: Víviparo-Borboleta, e em inglês: Butterfly Splitfin, Butterfly Goodeid.

Origem: No México, identificado pela primeira vez no rio Teuchitlan perto da vila de Teuchitlan e do rio Ameca junto à costa Pacífica do México Central.

Ordem: Cyprinodontiformes.

Família: Goodeidae.

Subfamília: Goodeinae.

Habitat natural: Cursos de água e rios nas terras altas do México Central.

Descrição: A cor dominante é um cinzento metálico. Os machos são mais coloridos e iridescentes com tonalidades que variam entre o azul e o verde metálicos, o corpo é atravessado por uma risca horizontal difusa de pigmentação mais escuras. As barbatanas são pouco coloridas com a excepção da caudal que, nos machos, apresenta uma risca negra seguida de uma amarela no rebordo da barbatana.

Comprimento máximo: 8 cm nos machos e 12 cm nas fêmeas.

Dimorfismo sexual: As fêmeas têm geralmente uma pigmentação diferente onde predominam pequenos pontos negros distribuídos com um bom grau de uniformidade ao longo do corpo. O machos tem a barbatana caudal bordada com uma lista amarela antecedida por uma negra - esta lista amarela tende a ser mais viva nos machos dominantes, pode até acontecer que apenas um macho dominante tenha a lista amarela e os outros machos não a tenham de todo. Os machos têm alguns dos raios anteriores da barbatana anal semi-separados do restante da barbatana (desta característica deriva a denominação inglesa de “Splitfin”, aplicada a algumas espécies de Godeídeos que partilham desta característica) formando o órgão reprodutor, um gonopódio “primitivo” – o andropódio.

Um macho onde se notam as riscas negra e amarela na extremidade da barbatana caudal.


Esperança de vida: Cerca de 5 anos.

Temperatura: 24 a 32 ºC (25 ºC para reprodução).

pH: Ligeiramente ácido a ligeiramente alcalino, 6.5 – 8.

Dureza da água: Dura a macia, 5 – 19° dGH.

Dieta: A dieta deve ser em boa medida composta por vegetais, é no entanto omnívoro. É reconhecido pelo seu apetite por algas, que devem fazer parte da sua dieta. Aceita comida em flocos, viva ou congelada. Pode alimentar-se das plantas menos resistentes do aquário caso não existam presentes outros alimentos.

Hora de actividade: São diurnos.

Aquário: Pelo menos com 60 cm de comprimento, não são nadadores extremamente rápidos mas gostam de percorrer grandes distâncias dentro do aquário. Além disso, caso exista mais do que um macho, manifesta-se uma tendência para a definição de uma hierarquia no grupo e para a territorialidade que pode levar a que o macho dominante assedie bastante os outros se estes forem em número reduzido, pelo que estes devem ter espaço para se refugiarem ou em alternativa estarem presentes em número suficiente para que a agressividade do macho dominante seja difusa – neste caso será necessário um aquário de maiores dimensões.

Zonas do aquário: Fundo, meio e superfície.

Sociabilidade: São peixes pacíficos que não arranjam problemas com peixes de outras espécies mas podem, no entanto, ser agressivos e territoriais com machos da própria espécie. São por vezes hiperactivos, o que pode intimidar outros peixes.

Variedades: Existem algumas linhagens criadas por reprodução selectiva onde existe ligeira variação de cores e padrão.

Um exemplar fêmea de uma linhagem de reprodução selectiva.


Reprodução: São vivíparos e reproduzem-se com facilidade desde que a água tenha condições favoráveis (caso as condições se deteriorem as fêmeas "interrompem" a gestação). As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 3 meses de vida e o período de gestação dura cerca de 60 dias, após os quais as fêmeas só podem engravidar com novo acasalamento, já que esta espécie de vivíparos, ao contrário do que é comum entre estes, não tem a capacidade de armazenar esperma de acasalamentos anteriores. O aquário deve ter esconderijos que permitam às fêmeas que estão a parir refugiarem-se e não serem importunadas pelas outras.
Os alevins muitas vezes não ultrapassam a dezena quando se trata de fêmeas jovens, com fêmas adultas (10 a 12 cm) estas podem parir entre 20 a 30 alevins que nascem já com dimensões consideráveis (ao contrário do que acontece com os vivíparos mais comuns) entre 1 e 2 centímetros de comprimento, o que explica o, relativo, reduzido número de cada ninhada. Estes nascem com cordões umbilicais (trofoténia) que desaparecem após 2 ou 3 dias.
Os pais não perseguem os alevins. Devido ao seu tamanho à nascença a sobrevivência dos alevins não apresenta grandes problemas, bem como a sua alimentação que pode ser constituída por pequenos flocos ou artémia.

Comportamento: São peixes curiosos e bastante activos. Têm rituais acasalamento e competição entre machos (que lutam de forma que pode ser bastante agressiva para estabelecer uma hierarquia entre si) interessantes e complexos. Os machos dominantes podem definir e defender territórios. Preferem aquários com alguma vegetação, rochas e raízes que sirvam de esconderijos. A presença de algas é importante para a sua alimentação, à imagem do que sucedia no seu habitat natural.

História e curiosidades: O seu nome “splendens” significa brilhante em Latim e refere-se à sua coloração brilhante e metálica. A sua descrição foi publicada em 1971. Pensa-se que hoje se encontra extinto no seu habitat natural. É uma espécie particularmente apreciada pela sua eficácia a devorar algas.

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