27 de outubro de 2006

Endlers

Estou finalmente na posse daquele que tem sido um recente “Santo Graal “ (um dos mais corriqueiros é certo, mas ainda assim um) da aquariofilia; dá por várias denominações: Gupi de Endler, Vivíparo de Endler, simplesmente “Endler”, Gupi de Campoma, e mais algumas. Até há bem pouco tempo não se tinha a certeza do que era – havia quem afirmasse que não se tratava senão de uma população de Gupis com colorações algo excêntricas, havia quem afirmasse que se tratava de uma espécie próxima da Poecilia reticulata, o Gupi comum, mas ainda assim separada desta. Nem identidade certa o animal tinha, até que há coisa de uns poucos meses finalmente o descrevem e passa ser uma nova espécie, de pleno direito: Poecilia wingei. Sobre esse processo pode-se ler mais no site que se segue.

http://www.practicalfishkeeping.co.uk/pfk/pages/item.php?news=889

A sensação de estar finalmente a manter estes animais é que não é totalmente clara. Se por um lado tinha uma certa curiosidade em ver como seriam ao vivo aquelas criaturas coloridas de modo tão bizarro (têm qualquer coisa de Mondrian), por outro não eram daqueles peixes que me tivessem chegado a fascinar do modo que outros o fizeram, o modo em que sei imediatamente que tenho que, mais cedo ou mais tarde, vir a manter tal espécie. São simpáticos os bichos, têm um comportamento diferente dos Gupis, parecem-me menos gratuitos no modo como ocupam a sua existência quotidiana entre quatro vidros, talvez por se tratar de uma espécie que faz poucas gerações, comparada com o Gupi, que foi afastada do seu habitat natural. Penso que só depois de me nascer a primeira geração cá da casa é que vou conseguir formar uma opinião mais certa sobre estes peixes.

É provável que nos próximos dias escreva mais sobre esta espécie.

25 de outubro de 2006

Tanichtys micagemmae

Não poderia nunca "saltar" a menção a esta espécie de que apenas recentemente tomei conhecimento: é um "novo" Tanichtys albonubes, as cores são diferentes e vem mais do Sul, do Vietname e foi apenas identificada em 2001 - Tanichtys micagemmae. É a segunda espécie que se conhece no género Tanicthys.
Estou a fazer diligências para arranjar alguns exemplares e pode ser que em breve aqui escreva sobre a minha experiência com estes animais lindíssimos. Por enquanto deixo aqui uma foto para ir aguçando o apetite.

19 de outubro de 2006

A saga dos Gouramis coaxantes

São estes os protagonistas da minha mais recente aventura neste mundo que é a aquariofilia, mas primeiro alguns dados introdutórios – os Gouramis Coaxantes da família Belontiidae e do género Trichopsis dividem-se (que eu conheça) em duas espécies de interesse aquariófilo: o Gourami Coaxante, Trichopsis vittata (ou vittatus de acordo com as últimas revisões taxionómicas) e o Gourami Coaxante Anão, Trichopsis pumila (ou pumilus, pela mesma razão do caso anterior). O primeiro atinge os 6 cm e tem uma coloração geral baça e de tons acastanhados podendo esta coloração variar razoavelmente nas diversas populações da espécie, o segundo atinge os 3 cm e tem colorações mais vivas e uma pigmentação brilhante – donde um dos seus nomes comuns em inglês, Sparkling gourami; as duas espécies são muito semelhantes no seu comportamento e ambas têm uma particularidade fascinante: coaxam, emitem sons característicos quando se encontram excitados ou para efeitos de competição entre machos e acasalamento.

Foi em boa parte esta característica que me fez interessar-me pelos peixes, inicialmente tomei conhecimento da existência do Trichopsis vittata desconhecendo a existência do pumila, e procurei encontrar alguns exemplares em vão, posteriormente tomei conhecimento da segunda espécie e de uma loja que a tinha para venda, meio renitente – pois não era a espécie que buscava – e desconhecendo as incríveis semelhanças entre as duas, bem como a vantagem (para mim) das menores dimensões da segunda deixei passar a oportunidade de adquirir alguns exemplares. Parte desta história está documentada num tópico que abri no Fórum Aquariofilia e que pode ser lido em: http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopic.php?t=47996 , seja como for adquiri, faz agora dois dias, dois exemplares do que vim a descobrir serem afinal Trichopsis vittata, poucos e já sem se encontrarem nas melhores condições de saúde, um deles descobri-o morto há pouco.
Quanto ao outro anda muito timidamente pelo aquário com um aspecto ainda bastante fragilizado, se sobreviver vou tentar adquirir mais alguns exemplares num futuro próximo (a mesma loja onde os comprei parece que vai fazer nova importação) e constituir uma colónia viável. Se não o conseguir, uma outra loja vai proximamente tentar fazer uma importação de Trichopsis pumila e irei centrar-me nessa espécie, aliás mais adequada às dimensões do meu comunitário asiático. Desejem-me alguma sorte!


Este é um dos dois exemplares de Trichopsis vittata que adquiri.


Para quem quiser saber mais sobre estas espécies recomendo a leitura dos seguintes sites:

http://www.aquariumfish.com/aquariumfish/detail.aspx?aid=25598&cid=4150&search

http://en.wikipedia.org/wiki/Trichopsis_vittata

http://aquaworld.netfirms.com/Labyrinthfish/Trichopsis/Trichopsis_vittatus.htm

http://www.aquarticles.com/articles/breeding/Peters_Trichopsis_vittatus.html

http://articles.gpasi.org/trichopsis_pumilus.html

http://aquaworld.netfirms.com/Labyrinthfish/Trichopsis/Trichopsis_pumila.htm

http://www.aquarticles.com/articles/breeding/Korotev_Trichopsis_pumila.html

18 de outubro de 2006

Nova montagem

Este é um dos primeiros resultados da nova abordagem relativa aos aquas de que falei no post anterior - uma montagem de 54 litros com o propósito principal de ser um habitat de vivíparos calmos (as Jordanelas como também são de bom feitio, e ultimamente andavam à beira de uma crise nervosa ao viverem com as Amecas, vieram também) onde estes se possam, inclusivamente, reproduzir sem minha intervenção – para isso a zona "densa" com Ceratophyllum demersum no lado esquerdo do aquário.


Neste momento são os seguintes os habitantes:

3 Jordanelas, Jordanella floridae (1 macho e 2 fêmeas)

7 Gupis, Poecilia reticulata var. “snakeskin” (1 macho e 6 fêmeas)

2 Límias, Limia nigrofasciata (casal)

3 Ampulárias, Pomacea bridgesii

Vários Caracóis, Planorbis spp. e Physas spp.

A flora consiste de:

Sagittaria platyphylla

Bacopa Monnieri

Echinodorus parviflorus

Ceratophyllum demersum

E agora as fotos:

Um plano geral do aqua.

Duas fêmeas, uma de Jordanela e uma de Gupi a fazerem-se à foto.

13 de outubro de 2006

Ponto da situação III

Entre a mudança de casa, o começo das aulas e outras questões, tenho tido pouco tempo e disposição para aqui escrever algo que valha a pena, no entanto (talvez integrado na dinâmica que a mudança de casa provocou) tenho andado a fazer um reavaliação dos aquas que mantenho. Essa reavalição integra não apenas o espaço que os aqua ocupam na casa (andava até agora a dormir com 5 aquários no quarto!) como também aspectos que pretendem optimizar o seu funcionamento e manutenção, e uma maior racionalização das espécies que neles habitam - há nisto uma componente de downsizing e busca da maior rentabilização possível dos recursos muito limitados que tenho (entenda-se: $ mas também o tempo que posso despender com os aquas).
Nisto dou comigo já olhando para o hobby com uma perspectiva menos caótica e voluntariosa no que respeita às espécies animais e vegetais que quero manter. Então, o resultado desta reflexão permitiu-me chegar ao seguinte número de aquas e respectivas populações:


15 Litros de Setúbal – 4 Gambusia holbrookii

20 Litros de Lisboa – 3 Jordanella floridae, 1 Microgeophagus ramirezi

20 Litros de Lisboa – 1 Betta splendens, 3 Acanthophthalmus kuhlii

33 Litros de Lisboa – 3 Ameca splendens, 3 Xiphophorus maculatus var. “Wagtail”, 1 Parotocinlus jumbo (é pouco para as Amecas, mas por enquanto será esta a sua casa)

33 Litros de Lisboa aberto – 2 Oryzias latipes, 5 Tanichtys albonubes, 2 Beaufortia leveretii

38 Litros de Setúbal – 1 Poecilia sp. Var. “Molly Negra”, 1 Xhiphophorus maculatus var. “Mickey Mouse”, 5 Paracheirodon innesii, 3 Corydoras aeneus (este é o aqua em que a população se encontra mais caótica, mas que se vai manter assim por enquanto)

54 Litros de Lisboa – 2 Limia nigrofasciata, 7 Poecilia reticulata var. “Snakeskin” (neste aqua vou tentar criar as melhores condições possíveis para que se dê uma reprodução natural das espécies nele presentes)

70 Litros de Lisboa – 1 Trichogaster tricopterus, 7 Melanotaenia praecox, 2 Crossocheilus latius, 1 Crossocheilus siamensis

Será, dentro de poucos dias, este o ponto da situação com o qual penso trabalhar durante os tempos mais próximos. Se bem que sinto uma inclinação cada vez maior para especializar os aquários com vista a reprodução.